A condição efêmera na cidade contemporânea: três pavilhões temporários no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.22320/07196466.2020.38.057.01Palavras-chave:
Arquitetura efêmera, arquitetura contemporânea, pavilhões, cidades, Rio de JaneiroResumo
Nessas primeiras décadas do século XXI vivemos um momento específico de alta modernidade, caracterizado pela transitoriedade em várias esferas das relações sociais e econômicas, uma condição efêmera que se expressa na cidade e constrói novas dinâmicas espaciais e arquitetônicas. Esse artigo busca refletir sobre a relação entre essa condição efêmera espaço-temporal e a sociedade contemporânea, observando como ela se concretiza na cidade. Especificamente, buscamos compreender como essas características são assimiladas na arquitetura no caso dos pavilhões, uma das tipologias mais efêmeras no campo da arquitetura. Para tal, partimos da discussão de alguns autores que tratam da mudança de paradigma da modernidade para a pós modernidade, para, em seguida, sistematizar e discutir os conceitos de dinamismo, reversibilidade, flexibilidade e imprevisibilidade, com os quais serão avaliados os casos dos pavilhões temporários. Finalmente, concluímos que estes conceitos oferecem uma matriz com a qual é possível reler a vida urbana, para operar sobre novas formas de projetar e conceber o espaço de convívio e troca na cidade, respondendo, assim, à efemeridade do emotivo, histórico, físico e social.
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