Arquitetura efêmera como instrumento de transformação urbana: uma análise sistêmica
DOI:
https://doi.org/10.22320/07196466.2025.43.068.01Palavras-chave:
arquitetura efêmera, espaço público, intervenções urbanas, requalificação urbana, sistemasResumo
Derivado de uma pesquisa de mestrado já concluída, este artigo analisa o papel da arquitetura efêmera em transformações urbanas contemporâneas, investigando como suas características específicas — temporalidade, flexibilidade e desmontabilidade — podem contribuir para a promoção de mudanças no espaço público. O objetivo principal é avaliar o potencial da arquitetura efêmera como instrumento de requalificação do espaço urbano, sob uma perspectiva sistêmica e complexa. Por meio de uma metodologia qualitativa, baseada em revisão bibliográfica e pesquisa documental, foram examinados um conjunto significativo de projetos e teorias, abrangendo desde as contribuições seminais de Cedric Price e Archigram até intervenções contemporâneas na América Latina. A investigação revela que a condição efêmera, tradicionalmente vista como uma limitação, constitui uma qualidade estratégica, ao permitir maior experimentação e estar menos sujeita às restrições típicas de construções permanentes. A discussão realizada aponta que intervenções temporárias têm potencial significativo para ativar espaços subutilizados, catalisar processos de requalificação urbana e promover novas formas de uso e apropriação do espaço público. Conclui-se que a arquitetura efêmera, quando associada a uma abordagem sistêmica, configura-se como uma ferramenta projetual relevante para contextos urbanos que demandam intervenções ágeis e adaptáveis, especialmente em situações nas quais soluções permanentes seriam inviáveis ou inadequadas.
Downloads
Referências
AGA Estudio. (2016). Multideportivo La Canchita. AGA Estudio. https://www.aga-estudio.com/1100-la-canchita
ALMEIDA, C. (2006). Estudos de caso: Fun Palace [1960-1961]. Nomads. http://www.nomads.usp.br/pesquisas/cultura_digital/complexidade/CASOS/FUN%20PALACE/FUN%20PALACE.htm
BALDWIN, J. (1997). BuckyWorks: Buckminster Fuller’s Ideas for Today (1st ed). Wiley.
BALEM, T., e REYES, P. (2021). Cidade Efêmera, Práticas Urbanas Insurgentes. Temporary City, Insurgent Urban Practices Ciudad Efímera, Prácticas Urbanas Insurgentes. Eixo Temático: Projeto, Políticas E Práticas. ENANPARQ, VI Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. https://enanparq2020.s3.amazonaws.com/MT/21790.pdf
BARRAGÁN, A. O. (2023). La densidad temporal del espacio social. Una aproximación a la arquitectura efímera desde la filosofía de la cultura em M. T. Delfín (Org.), Arquitectura efímera. Reflexiones sobre la mutabilidad del espacio construido (pp. 16–31). Universidad Nacional Autónoma de México. https://repositorio.fa.unam.mx/handle/123456789/19089
BENUCCI, T. M. (2020). O jeito yanomami de pendurar redes [Tese de mestrado, Universidade de São Paulo]. Biblioteca Digital USR. https://doi.org/10.11606/D.8.2020.tde-09032021-171034
BERGDOLL, B. (2010). The Pavilion and the Expanded Possibilities of Architecture em B. Bergdoll, J. Bettum, P. Schmal, & B. van Berkel (Orgs.), The Pavilion: Pleasure & Polemics in Architecture (Bilingual). Hatje Cantz.
BLÁZQUEZ, F. (2023). Los colectivos de arquitectura latinoamericanos en el siglo XXI. Revisiones en el quehacer profesional. Dearq, (37), 24-31. https://doi.org/10.18389/dearq37.2023.03
BOLAÑOS LINARES, R. B. (2023). Prototipos efímeros del ámbito universitario en el espacio público em M. Trápaga Delfín (Cood.), Arquitectura efímera: Reflexiones sobre la mutabilidad del espacio construido (p. 180–192). Universidad Nacional Autónoma de México. Facultad de Arquitectura. Repositorio de la Facultad de Arquitectura. https://repositorio.fa.unam.mx/handle/123456789/19089
Buckminster Fuller Institute. (2022). Dymaxion House. Buckminster Fuller Institute. https://www.bfi.org/about-fuller/big-ideas/dymaxion-house/
Cedric Price fonds. (1964). Fun Palace: Interior perspective [Fotografias]. Collection Centre Canadien d’Architecture. https://www.cca.qc.ca/en/search/details/collection/object/17580
COOK, P. (Ed.) (1999). Archigram (1st ed). Princeton Architectural Press.
DUNN, N. (2012). Digital Fabrication in Architecture. Laurence King Publishing.
FONTES, A. S. (2011). Intervenções temporárias, marcas permanentes: A amabilidade nos espaços coletivos de nossas cidades [Tese Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. http://objdig.ufrj.br/21/teses/760108.pdf
HERDT, T. (2021). From Cybernetics to an Architecture of Ecology: Cedric Price’s Inter-Action Centre. FOOTPRINT, 15(1), 45–62. https://doi.org/10.7480/footprint.15.1.4946
HOBSON, B. (2020, maio 13). Archigram’s Instant City concept enables “a village to become a kind of city for a week” says Peter Cook. Dezeen. https://www.dezeen.com/2020/05/13/archigram-instant-city-peter-cook-video-interview-vdf/amp/
ISOZAKI, A. (2003). Erasing Architecture Into the System em C. Price, Re:CP by Cedric Price. Birkhäuser Architecture
JODIDIO, P. (2011). Temporary Architecture Now!: Temporäre Architektur heute! L’Architecture Éphémère d’aujourd’hui! (1st ed). Taschen America Llc.
KRONENBURG, R. (2000). Portable Architecture. (2nd ed). Elsevier/Architectural Press.
LAVALOU, A. (Ed.). (2005). Conversas com Jean Prouvé (1a ed). Editora Gustavo Gili.
LOBNER, P. (2020). Beech Aircraft Corporation and R. Buckminster Fuller’s Dymaxion house. The Lyncean Group of San Diego. https://lynceans.org/wp-content/uploads/2020/06/Beech-Aircraft-Buckminster-Fuller-Dymaxion-house-converted.pdf
LOBNER, P. (2025). Jean Prouvé and the Demountable House. The Lyncean Group of San Diego. https://lynceans.org/wp-content/uploads/2020/06/Jean-Prouv%C3%A9-demountable-houses-converted.pdf
MATHEWS, S. (2006). The Fun Palace as Virtual Architecture: Cedric Price and the Practices of Indeterminacy. Journal of Architectural Education, 59(3), 39–48. https://doi.org/10.1111/j.1531-314X.2006.00032.x
MEHROTRA, R., e VERA, F. (2017). Ephemeral urbanism: Looking at extreme temporalities em T. Haas e H. Westlund (Eds.), In The Post-Urban World: Emergent Transformation of Cities and Regions in the Innovative Global Economy (1º ed., pp. 44–55). Routledge. https://doi.org/10.4324/9781315672168
MOLINA ESCOBAR, V. (1999). ¿Pensar lo efímero? em S. Roqueta Matías & J. M. Fort Mir (Eds.), Arquitectura, art i espai efímer (1º ed., pp. 15–21). Edicions UPC
MORIN, E. (2008). O método 1: A natureza da natureza (2º ed.). Sulina.
MORIN, E. (2011). Introdução ao pensamento complexo (4o ed.). Sulina.
NOGUERA, B. B. (2023). Revitalización del espacio público a través de instalaciones efímeras como activadores sociales y agentes de cambio em M. Trápaga Delfín (Cood.), Arquitectura efímera: Reflexiones sobre la mutabilidad del espacio construido (p. 201–211). Universidad Nacional Autónoma de México, Facultad de Arquitectura.
PAZ, D. (2008). Arquitetura efêmera ou transitória. Esboços de uma caracterização. Arquitextos, (102.06). https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.102/97
PAZ, D. (18-21 de setembro de 2012). O Lugar evanescente: Características da arquitetura efêmera no sítio. II Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Teorias e práticas na arquitetura e na cidade contemporâneas: complexidade, mobilidade, memória e sustentabilidade, Natal. https://repositorio.ufba.br/handle/ri/32967
PICO Colectivo. (2017). Proyecto de interés comunal Infraestructuras de empoderamiento social: Contextos emergentes en Venezuela. https://www.academia.edu/45659274/Vol_1_Infraestructuras_de_Empoderamiento_Social_Contextos_emergentes_en_Venezuela
PICO Estudio. (2014). Espacios de Paz – Venezuela. Divisare. https://divisare.com/projects/274169-pico-estudio-espacios-de-paz-venezuela
PRICE, C. (1981). The built environment—The case against conservation. Environmentalist, 1(1), 39–41. https://doi.org/10.1007/BF02239375
PRICE, C. (2003). Re:CP by Cedric Price. Birkhauser.
PROUVÉ, J. (2024a). 6x9 Demountable house, 1944. Architecture. SCE Jean Prouvé & Société Bergerot. https://www.jeanprouve.com/en/fiche/1944-8
PROUVÉ, J. (2024b). “Standart” house, Meudon, 1951. Architecture. SCE Jean Prouvé & Société Bergerot. https://www.jeanprouve.com/en/fiche/1951-34
PUENTE, M. (2000). Exhibition Pavilions: 100 Years. Editorial Gustavo Gili, S.L.
SADLER, S. (2005). Archigram: Architecture Without Architecture. The MIT Press.
SILVA, M. S. K. DA. (2004). Redescobrindo a arquitetura do Archigram. Arquitextos, (048.05). https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.048/585
Survival Brasil. (17 de novembro de 2016). Novas fotos incríveis de um povo isolado na Amazônia – que pode ser exterminada. Survival. https://survivalbrasil.org/ultimas-noticias/11504
VIEIRA, C. L. F. (2021). Espacios de Paz: Uma experiência na Venezuela [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal da Paraíba]. Repositório Institucional da UFPB. https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/21315
VON BERTALANFFY, L. (1975). Teoria Geral dos Sistemas (2a ed). Vozes.
WILKEN, R. (2007). Calculated Uncertainty: Computers, Chance Encounters, and “Community” in the Work of Cedric Price. TRANSFORMATIONS Journal of Media & Culture, (14). http://www.transformationsjournal.org/wp-content/uploads/2017/01/Wilken_Transformations14.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Caio Nunes, Marcelo Tramontano

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0.

O conteúdo dos artigos publicados em cada número da Arquitectura del Sur, é de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente o pensamento, ou compartem a opinião da Universidade de Bío-Bío. Os autores têm seus direitos autorais conservados, e garantiram à revista o direito de primeira publicação e difusão de sua obra. A publicação do artigo na Arquitectura del Sur estará sujeita à Licencia de Reconocimiento de Creative Commons CC BY-SA isso permite que outros se Adaptem: remixam, transformam e constroem o material para qualquer finalidade, inclusive comercialmente, Compartilhe: copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato, desde que a autoria e a primeira publicação desta revista sejam reconhecidas, citando-a corretamente , bem como suas novas criações estão sob uma licença com os mesmos termos.











Programa de Información Científica/Concurso Fondos de Publicación de Revistas Científicas 2018/ Proyecto Mejoramiento de Visibilidad de Revistas UBB (Código:FP180007) 