Arquitetura e trabalho: uma análise flusseriana, dos mosteiros medievais às Smart Cities

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22320/07196466.2025.43.068.04

Palavras-chave:

espaços de trabalho, escritórios, fábricas, mosteiros, teoria da arquitetura

Resumo

O artigo parte de duas referências teóricas – as reflexões do filósofo Vilém Flusser acerca da natureza do trabalho e os conceitos de espaço e lugar desenvolvidos pelo geógrafo Yi-Fu Tuan – para analisar três tipos de espaços de trabalho: os mosteiros medievais, as fábricas da Era Industrial e os escritórios contemporâneos. Segundo Flusser, “Para poder trabalhar é necessário supor que o mundo não é como deveria ser e que se pode transformá-lo”. A arquitetura – desde o processo de concepção até a construção – pressupõe um tipo de trabalho que transforma o mundo de maneira concreta, articulando as dimensões descritas por Tuan como espaço mítico, espaço pragmático e espaço geométrico. O cruzamento da abordagem flusseriana com os conceitos de Tuan revela aspectos estruturais das relações entre os edifícios e as culturas que neles se expressam e se apoiam, indicando possíveis caminhos para a interpretação do papel da arquitetura em um mundo dominado por aparelhos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Felipe Loureiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Doctorado em Engenharia de Produção, Investigador de posdoctorado, Laboratório Tecnologias, Diálogos e Sítios, Programa de Engenharia de Produção da COPPE

Roberto Bartholo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Doctorado em Engenharia Industrial, Coordinador, Laboratório Tecnologias, Diálogos e Sítios, Programa de Engenharia de Produção da COPPE

Referências

AZZARELLO, N. (30 de Setembro de 2014). Harvard innovation lab visualizes the evolution of the desk. Designboom. https://www.designboom.com/technology/evolution-desk-harvard-innovation-lab-09-30-2014/

BADGER, E. (24 de fevereiro de 2018). “Tech Envisions the Ultimate Start-Up: An Entire City.” The New York Times. https://www.nytimes.com/2018/02/24/upshot/tech-envisions-the-ultimate-start-up-an-entire-city.html

BANHAM, R. (1969). The Architecture of the Well-Tempered Environment. ELSEVIER. https://doi.org/10.1016/C2013-0-04659-2

BERMAN, M. (2007). Tudo que é sólido desmancha no ar. A aventure da modernidade. Editora Schwarcz Ltda

BURCKHARDT, T. (2004). A Arte Sagrada no Oriente e no Ocidente: Princípios e Métodos. Attar Editorial.

BURKE, H.E. (1946). My Recollections of the First Years in Forest Entomology. Berkeley, California. https://www.fs.usda.gov/sites/default/files/recollections-on-forest-entomology.pdf

CHAN, B. (2005). Fotoworks, Workplace. Clive Wilkinson Architcts. https://clivewilkinson.com/portfolio_page/google-headquarters/

DALE, J. e BRADFORD, C. (1800). Wikimedia Commons. Domínio Público. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Salts_Mill,_drawing.jpg

DAVIS, H. (2006). The Culture of Building. Oxford University Press USA.

DONKIN, R. (2003). Sangue, Suor e Lágrimas: A Evolução do Trabalho. Editorial M. Books.

DONKIN, R. (2010). The History of Work. Palgrave Macmillan.

DUBY, G. e ARIES, P. (Ed.) (1988). A History of Private Life: Revelations of The Medieval World. Belknap Press of Harvard University Press.

English Heritage. (2001). Nomination of Saltaire Village for Inclusion in the World Heritage List. Bradford, West Yorkshire.

FLUSSER, V. (1998). “Para além das máquinas” in Bernardo, G., Rouanet, M. G., Giucci, G., Jobim, J. L. e Lacerda, N. G. (Orgs.). Literatura e sistemas culturais (pp. 9-18). EdUERJ.

FLUSSER, V. (2007). O Mundo Codificado. Cosac & Naify.

FLUSSER, V. (2008). O Universo das Imagens Técnicas: elogio da Superficialidade. Annablume. https://doi.org/10.14195/978-989-26-1129-7

FLUSSER, V. (2011a). Filosofia da Caixa Preta – Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Annablume. https://cultureinjection.wordpress.com/wp-content/uploads/2018/12/FLUSSER-Vil%C3%A9m-Filosofia-da-caixa-preta.pdf

FLUSSER, V. (2011b). Pós-História: vinte Instantâneos e um modo de usar. Annablume.

FLUSSER, V. (2012). No além das máquinas – um texto inédito de Flusser. IHU Revista do Instituto Humanitas Unisinos, (399), 19-22. https://www.ihuonline.unisinos.br//media/pdf/IHUOnlineEdicao399.pdf

FLUSSER, V. (2017). O último Juízo: Gerações 1 (Culpa & Maldição) e 2 (Castigo & Penitência). É Realizações.

GALLOWAY, L. (1922). Office Management. Its Principles and Practice. The Ronald Press Company. https://dn790009.ca.archive.org/0/items/officemanagement00gall/officemanagement00gall.pdf

GOLDBERGER, P. (2009). Why Architecture Matters. Yale University Press.

GUILLAUMOT, E. (2005). Wikimedia Commons. Domínio Público. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Plan.abbaye.Saint.Gall.png

HANI, J. (1981). O Simbolismo do Templo Cristão. Edições 70.

HOLSTON, J. (1989). The Modernist City: An Anthropological Critique of Brasilia. University of Chicago Press.

HUGO, V. (2013). O Corcunda de Notre Dame, edição comentada e ilustrada. Jorge Zahar Editor.

KING, A. D. (Ed.) (2005). Buildings and Society: Essays on the Social Development of the Built Environment. Taylor and Francis e-library. https://doi.org/10.4324/9780203480755

KOSTOF, S. (1995). A History of Architecture: Settings and Rituals. Oxford University Press. https://archive.org/details/AHistoryOfArchitectureSettingsAndRituals

CORBUSIER, L. (2020). Por Uma Arquitetura. Perspectiva Publishing Ltd.

LEMAY, W. (2019). Alphonso and Louise Taft Bedroom, William Howard Taft National Historic Site, Mount Auburn, Cincinnati, OH. Wikimedia Commons. https://www.flickr.com/photos/warrenlemay/33154286518/

OHYAMA, K. (2017). Seagram Building. Wikimedia Commons. https://www.flickr.com/photos/ken_ohyama/35098307116/

PICON, A. (2015). Smart Cities: A Spatialised Intelligence. John Wiley & Sons.

RÜDIGER, F. (2014). Martin Heidegger e a Questão da Técnica: Prospectos Acerca do Futuro do Homem. Editora Sulina.

SAVAL, N. (2014). Cubed: A Secret History of the Workplace. Doubleday.

SOTO CALDERÓN, A. (2023). Vilém Flusser: imágenes improbables. Artnodes, (31), 1-8. https://doi.org/10.7238/artnodes.v0i31.402867

STRUTT, J. (1819). Scan from 1819 Rees' Cyclopedia. Wikimedia Commons. https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jedediah_Strutt,_North_Mill_at_Belper,_Derbyshire._Rees%E2%80%99_Cyclopedia,_1819.jpg

STODDARD, W. S. (1972). Art & Architecture in Medieval France: Medieval Architecture, Sculpture, Stained Glass, Manuscripts, the Art of the Church Treasuries. Westview Press / Harper and Row

TUAN, Y.-F. (2013). Espaço e Lugar: A Perspectiva da Experiência. DIFEL Editorial S.A. https://fundacc.sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/04/Espaco-e-lugar-a-perspectiva-da-experiencia-YI-FU-TUAN.pdf

VIETTA, S. (1993). Heidegger – Critique du Nartional-Socialisme et La Technique. Editions Pardès.

WRIGHT, F. L. (1977). Frank Lloyd Wright: An Autobiography. Horizon Press.

WRIGHT, F. L. (1992). The Art and Craft of The Machine in Pfeiffer, B. B., Frank Lloyd Wright Collected Writings (Vol. 1, pp. 1894-1930). Rizzoli.

Downloads

Publicado

2025-10-01

Como Citar

Loureiro, F., & Bartholo, R. (2025). Arquitetura e trabalho: uma análise flusseriana, dos mosteiros medievais às Smart Cities. ARQUITECTURAS DEL SUR, 43(68), 66–91. https://doi.org/10.22320/07196466.2025.43.068.04

Edição

Secção

Artigo