Misteriosa? Para quem? Por uma descolonização do ensino-aprendizagem da história da arquitetura
DOI:
https://doi.org/10.22320/07196466.2019.37.056.05Palavras-chave:
Ensino, aprendizagem, história, arquitetura, decoloniaResumo
Nos propomos neste artigo realizar um diagnóstico acerca do ensino/aprendizagem de História da Arquitetura na Argentina, comtemplando seu desenvolvimento e transformações ao longo do século XX e, a partir dele, concluir com a proposta que levamos a diante na cátedra a nosso cargo na Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo da Universidad de Buenos Aires. Entendemos que a estrutura dos cursos ainda hoje vigentes na normativa oficial do país, não alteraram substancialmente o modelo canônico, colonial do século XX imposto pelo Sir Banister Fletcher em sua A History of Architecture on a comparative method (obra cuja primeira edição data de 1896). Basta um rápido olhar aos “conteúdos mínimos” de História de Arquitetura do Plan de Estudios da FADU UBA (e de boa parte das universidades argentinas) assim como as exigências estabelecidas pelo CONEAU, o organismo estatal que se dedica à avaliação e acreditação dos cursos universitários, para ver que ainda hoje os casos e problemas estudados são centrados na Europa ou na América do Norte, aos quais alguns temas locais são “incorporados”. Professores como Juan Goytisolo, Edward Said, Tzvetan Todorov ou Mary Louise Pratt nos ensinaram que o mundo em que vivemos se rege em boa medida por um olhar que invisibiliza ou subalterniza ao “outros” não ocidentais, não brancos, não homens (ou seja à 80% da humanidade, incluindo em nossa região). A geração que nos precedeu se concentrou em “descobrir” e “incorporar” os estudos locais e regionais. Acreditamos firmemente que a missão da nossa geração é desmontar totalmente o modelo colonial e construir uma História da Arquitetura baseada na interculturalidade, complexidade e contradição (usando as belas palavras de Venturi) que definem todos os processos culturais.
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Referências
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