Arquitetura efêmera e insurgência urbana. Estratégias de apropriação do comércio ambulante nos espaços intersticiais do BRT TransOeste, Rio de Janeiro.
DOI:
https://doi.org/10.22320/07196466.2020.38.057.06Palavras-chave:
Espaços intersticiais, mobilidade urbana, análise urbana, arquitetura efêmera, apropriaçãoResumo
A cidade do Rio de Janeiro passou por importantes obras de reestruturação urbana ao longo da última década. Sua condição de cidade sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, significou um importante processo transformador para grande parte da cidade. Nesse contexto, uma das intervenções infraestruturais mais importantes executadas foi a implementação do sistema de BRTs (Bus Rapid Transit). Na maioria das estações é possível perceber uma dinâmica informal de usos não programados e apropriações efêmeras, por meio de objetos ou dispositivos) que ocupam os “interstícios” deixados pelo sistema. Essa insurgência reivindica novas possibilidades de leitura dos espaços urbanos, uma vez que revelam as potencialidades destes últimos, oferecendo respostas às demandas de serviços e produtos no contexto da mobilidade cotidiana. O conceito de intersticialidade é proposto em resposta à necessidade de denominar o “entre”, ou brechas no sistema de BRT, que na prática, possui limites difusos. O que enuncia essa dimensão intersticial são os habitantes e usuários dessas brechas, por meio da apropriação efêmera desta infraestrutura de mobilidade e seu entorno. Através de uma discussão bibliográfica, de trabalho de campo, de um levantamento fotográfico e da categorização das condutas observadas e dos suportes efêmeros detectados, este trabalho observa as apropriações efêmeras dos espaços intersticiais do sistema de BRT como um fenômeno que deve ser considerado como parte dos sistemas urbanos.
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