Moradia estudantil indígena: permanência, representatividade e o processo de projeto participativo
DOI:
https://doi.org/10.22320/07196466.2021.39.060.02Palavras-chave:
Moradia estudantil indígena, projeto colaborativo, povos indígenas, arquitetura indígena, projeto de extensãoResumo
Este artigo apresenta o processo de projeto adotado para a concepção da moradia estudantil indígena na Universidade Federal de Santa Catarina – Brasil e discute seus impactos tanto no processo formativo dos estudantes de arquitetura e urbanismo quanto nas vivências dos estudantes indígenas na universidade. Além da relevância dessa arquitetura como suporte à permanência dos estudantes no ensino superior público, destaca-se sua importância como símbolo de acolhimento e respeito aos povos indígenas na universidade. Para tanto foi construído um percurso projetual participativo que iniciou com etapas de diálogos com os estudantes indígenas na universidade e interações com uma das etnias envolvidas em seu território tradicional (a Aldeia) para definição das diretrizes projetuais e programa de necessidades. Posteriormente, para a apresentação e discussão da proposta, foram realizadas vivências na área proposta para a implantação do projeto e apresentação de maquetes físicas e desenhos utilizados para facilitar o diálogo e a participação dos estudantes indígenas no processo de projeto. O artigo apresenta o percurso trilhado, os resultados espaciais desse processo, as percepções dos futuros usuários do espaço e reflexões acerca da importância de ações de extensão na formação de profissionais da área de arquitetura e urbanismo, valorizando o papel social da profissão e construindo um repertório projetivo mais sensível e preparado para considerar a diversidade humana que constitui a contemporaneidade.
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