As intervenções no Palácio de La Moneda do S.XIX, S.XX E S.XXI. Os projetos e seus arquitetos

Resumo

O Palácio de La Moneda é a sede da presidência e do poder executivo do Chile, do Ministério do Interior e Segurança Pública, da Secretaria-Geral da Presidência e da Secretaria-Geral de Governo. Constitui-se como um dos principais edifícios históricos do Chile e o mais importante no que diz respeito à sua função representativa atual, já que é o palácio de governo. Desde a sua origem, em 1786, o edifício foi testemunha e protagonista da evolução histórico-política e sócio-urbana da nação, de fatos que se traduziram em sua própria metamorfose arquitetônica e na evolução do entorno urbano. Projetado pelo arquiteto Joaquín Toesca, discípulo de Francesco Sabatini, discípulo de Francesco Sabatini e profissional da corte de Carlos III, Rei da Espanha (1759-1788), o Palácio é a principal obra do Neoclassicismo no Chile, inaugurada em 1805 como Real Casa da Moeda de Santiago para a cunhagem da circulação monetária do reino. Após a independência do Chile, em 1845, a sede do governo e a residência presidencial foram transferidas ao Palácio. É nesta data que adota sua função representativa e, portanto, o momento em que se estabelece a primeira modificação importante do seu plano, dando início a um processo de evolução contínua que se caracterizará pela transformação dinâmica e adaptação permanente de sua arquitetura, mediante sucessivas intervenções, atualizações funcionais e sua reconstrução após o bombardeio de 1973. A falta de um registro sistemático e detalhado das permanentes alterações dificulta sua compreensão em seu estado atual e levando em consideração possíveis intervenções futuras. Por este motivo, no presente texto procedemos à exposição daquelas de maior alcance e de caráter significativo para a percepção do edifício, com o intuito de estabelecer um primeiro registo sistemático de intervenções contemporâneas no Palácio de La Moneda.